sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Três coisas...

A Carol do blog gotas diárias de sentimento
fez uma brincadeirinha que eu resolvi fazer aqui também


Três coisas que me assustam:
1) violência
2) impunidade
3) morte

Três pessoas que me fazem rir:
1) Minha filha
2) O porteiro do prédio
3) eu mesmo

Três coisas que eu amo fazer:
1) sexo
2) dirigir
3) beijar na boca

Três coisas que eu odeio:
1) mentira
2) esperar
3) telefone ocupado

Três coisas em cima da minha mesa:
1) cigarro
2) caneta e papel
3) celular

Três coisas que quero fazer antes de morrer:
1) escrever um livro
2) visitar as cataratas do iguaçu
3) casar...

Três coisas que eu não entendo:
1) mecância
2) eu mesmo
3) pra que serve a sombracelha

Três coisas que eu sei fazer:
1) pedir
2) falar
3) mandar

Três maneiras de descrever minha personalidade:
1) simpático
2) apaixonado
3) engraçado

Três coisas que eu não consigo fazer:
1) ouvir música no volume alto
2) dormir de luz acesa
3) desenhar uma árvore

Três bandas/cantores que eu acho que você deveria ouvir:
1) Nando Reis
2) U2
3) Los Hermanos

Três bandas/cantores que eu acho que você nunca deveria ouvir:
1) pagodeiros em geral
2) pagodeiros em geral
3) pagodeiros em geral

Três coisas que eu digo freqüentemente:
1) Uau
2) putz
3) Obrigado

Três das minhas comidas favoritas:
1) arroz, feijão, bife e batatas fritas
2) pizza
3) lasanha

Três coisas que gostaria de aprender:
1) Alemão
2) decidir as coisas rapidamente
3) dançar de modo normal

Três coisas que eu bebo regularmente:
1) água
2) vinho
3) café

Três programas de TV que eu via quando era pequeno:
1) Chaves
2) armação ilimitada
3) balão mágico


As três primeiras pessoas que visitarem esse humilde blog dará continuidade a essa brincadeira.
Se trapacear o dedo cai... hahahaha

Ahh, por favor, quem fizer não deixe de dizer quem idealizou essa brincadeira. O link está no começo da postagem.

Troca de significados

É certo que vivemos num tempo em que o mais importante é ser diferente, quer seja na forma como te vestes, na forma como andas, na forma como te relacionas com os outros e até na forma como se fala...
É verdade que a originalidade é de facto importante. Mas nada de abusos!
Mas de tanta originalidade a forma como se fala é aquela que me provoca um profundo ataque de nervos, por ver a facilidade com que nós alteramos o significado das palavras e em especial das palavras "AMAR" e "ADORAR".
Sim, porque hoje em dia temos uma facilidade estúpida de trocar os significados destas palavras.
Senão vejamos:
- Quando namoramos somos capazes de dizer mais depressa "Adoro-te" do que "Amo-te"... Quando na verdade apenas queremos dizer que "gosto muito de ti!" ou que "és especial para mim!"
- Até para a comida... "adoro bolo de chocolate!", quando na verdade não passa de um "aprecio muitoooooo de bolo de chocolate!"
- Etc.
Agora, vou explicar o porquê deste meu ataque de nervos:
(Dicionário Porto Editora)
Adorar - prestar culto à divindade; venerar; amar em extremo.
Amar - ter amor a;gostar muito de; desejar; escolher; apreciar; preferir; estar apaixonado.
É por isto!
Porque por muito que se ame alguém ou algo, nós nunca o(a) iremos venerar...

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Metáfora

Estava tudo alagado, mas a tempestade já havia passado.
O caminho pelo qual eu sempre passava, agora era de barro molhado, mas ainda era caminho e ainda se via alguns vestígios de asfalto lá embaixo. Por ser estrada tão conhecida por mim, não chegava a me causar espanto vê-la nesse estado, que por vezes, eu já havia previsto poder se tornar assim.Havia o caminho, havia a lama.
Havia a trilha, como se alguém tivesse passado por lá antes de mim e tivesse estipulado uma linha, não muito reta, por onde todos deveriam passar. A trilha não era atalho nem era mais fácil, era, no entanto, uma segurança se descobrir compartilhando as coisas. Uma vez Clarisse me disse, apesar de não a ter conhecido, que o que nos protege da solidão é a solidão de todos nós. Era isso o q sentia ao atravessar a estrada: sentia-me sozinho, mas não o único sozinho por ali.
Havia o caminho, a lama, a trilha. Havia também o outro lado.
Esse eu não conhecia, presumia. Poderia dizer que era minha casa, já que pouco antes disse ser uma caminho conhecido. Poderia dizer que era a casa de um amigo, um parente, poderia ser um bar, poderia ser uma infinidade de coisas que o andar era ocupado pelas especulações. Hoje, vejo que não importa esse destino, importa ir para lá e que chegar foi apenas meu ponto de partida.
Havia o caminho, a lama a trilha e o outro lado.
Havia as palavras e as metáforas, que encarnavam coisas que eu, ainda hoje em dia, não sei.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Quantas vezes...

Quantas vezes o apelo à corrida, é maior do que o apelo a parar...
Quantas vezes o apelo ao consumismo, é maior do que o apelo ao essencial...
Quantas vezes o apelo ao orgulho, é maior do que o apelo à humildade...
Quantas vezes o apelo ao facilitarismo, é maior do que o apelo à felicidade...
Quantas vezes o apelo à critica, ao julgamento, é maior do que o apelo à compreensão...
Quantas vezes o apelo à recordação, é maior do que apelo à construção...
Quantas vezes o apelo a querer, é maior do que o apelo a partilhar...
Quantas vezes...
Hoje, ao olhar este fantástico dia de Inverno, percebo que este dia é único e que o devo viver de uma forma completamente diferente... Vivido de uma entrega total em cada momento, pois só tenho duas escolhas, ou paro ou avanço; ou dou ou recebo; ou amo ou sou amado;
Eu escolho.
Tantas vezes a nossa vida é pautada por um talvez. Tantas vezes essa vida é pautada por coisas que não interessam a ninguém (como diz o povo "nem ao Menino Jesus"... coitado do puto), nem aos próprios...Quantas vezes deixamos para amanhã o que podemos fazer hoje, e tantas vezes queremos adiar sem motivo aparente, só porque não nos apetece...
Hoje, decidi parar e olhar para esta imagem onde vejo a força de uma onda e a beleza de um pôr do sol...
Quantas vezes já nos deliciamos com estas pequenas coisas e queremos "agarrar" aquele momento para sempre... Então para quê querer coisas muito complicadas se nos deliciamos com estes mais simples...
Quantas vezes... vais tu querer deixar passar a hipótese te decidires, de te lançares nas coisas com verdade e de verdade?
Quantas vezes...

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Uma simples folha de papel

Hoje, quando páro e olho à minha volta, tenho saudades de algumas coisas, que não desapareceram, apenas se "adaptaram" a uma nova realidade que é o séc. XXI.
Recordo, quando "partilhava" numa simples folha de papel, tudo aquilo que sentia, que sonhava, que tinha receio. Era com essa simples folha que partilhava a minha pobre vida.
Reparei muitas vezes, que à medida que ela (folha de papel) ficava mais cheia, mais o meu íntimo ficava vazio, era o chamado efeito «ampulheta»!
Porém, hoje escrevo neste blog, pois foi nisso que aquela simples folha de papel se transformou, num blog...
Quem não se recorda de escrever carta de amores, de enviar bilhetes à pessoa amada com recados, com mensagem própria dos enamorados... Era nesses momentos, que aquela simples folha de papel "carregava" em si o peso do sentimento "que arde sem se ver", porém ali, ele era bem visível...
E quem não se recorda da ansiedade e da alegria que sentiamos ao receber uma outra simples folha de papel com o feedback...
Hoje, enviamos um e-mail, uma sms...
É mais impessoal e tem uma vantagem que a carta ou o bilhete não tem... se recebermos uma resposta torta ou indesejada, podemos sempre dizer que foi enviado por engano...
Lanço-te um desafio...
Escreve numa simples folha de papel, tudo aquilo que te apetece, que sentes, que ambicionas,etc. Porém aviso-te que podes correr um risco... que é de um momento para o outro, sentires que aquela simples folha de papel, fala contigo, que te dá respostas, que se tornou na tua melhor amiga... Mas, lembra-te é uma simples folha de papel, nada mais!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Justificando o injustificável

sobre o caso Suzane Hitchkoffen

Atire a primeira pedra quem nunca sentiu ódio.
Não falo do ódio dissolvido pelo tempo, daqueles que duram meses, mas sim daquele que vem e dura momentos, segundos talvez, mas são tão fortes, tão profundos que rompem qualquer barreira da nossa racionalidade.
Quem nunca bateu uma porta de raiva?
Quem nunca quis socar a parede?
Quem nunca arremessou um objeto qualquer?
Não ouso dizer qualquer coisa sobre agressões físicas, mas nesse instante talvez você esteja pensando: "sim, eu já quis agredir alguém."Existe uma idéia social, parte do senso comum, de que é ruim sentir raiva. Pior ainda, é inaceitável pensar em descarregar essa raiva, então o que fazemos é guardar, engavetar, fingir que não existem tais sentimentos dentro da gente. Gritar é barraco, chorar é fraqueza, fugir é covardia. Eis a virtude: fingir que não somos. Aí está o problema, temos uma sociedade de ovelhas sem sentimentos, que quase sempre são descarregados em formas singulares de prazer: festas, drogas, jogos, esportes. E assim, a sociedade vai bem, a máquina do mundo gira em perfeita harmonia.Eis que um dia, uma menina mimada, criada para ser uma mistura de Barbie e Cinderela, cansa-se de todas as outras formas de extravasar, rompe com tudo que existe dentro dela, vê que não é de cera, não é bonita e não sabe sorrir de verdade, descobre que as drogas fazem ela não ser ela, e não ser dói. E no meio de tantos pensamentos descobre: "a culpa é dos meus pais".Não sei se conheces o conflito da tragédia grega, mas ai está ele: homem x ordem. Não existe felicidade para a menina, enquanto seus algozes, travestidos de protetores continuarem sorrindo, a ordem foi comprometida, o prazer ou descanso familiar virou motivo de raiva. O mundo interno dela entra em rebuliço, pulsa, foge do equilíbrio, e as coisa começam a rumar para caminhos absolutamente desconhecidos. Totalmente fora de controle está a situação, não existe mais razão, o universo parece conspirar contra, a fim de se chegar a um equilíbrio. Enquanto isso, um amor recente, e forte, também domina a mente dela, que talvez, em certo momento, tenha dito a ele: "por favor, assuma para mim, decida para mim, salve-me." Ai, ela não é mais dona de si. A decisão de matar não é simplória, é uma mistura de pós-drogas, com amor, com noites mal dormidas, com ódio. Um ódio pulsando ao mesmo tempo em que a ordem precisava ser restabelecida. Nesse caso ou era a menina, ou eram os pais: a menina escolheu viver, na lei da sobrevivência.E a imprensa cai em cima, crucifica ela, diz que o pai era bom porque fazia de tudo e que a mãe havia perdido noites de sono por ela. Dizem que ela é ingrata porque "tinha tudo que queria". Encaram o problema dela como loucura, como insanidade, vêem-na como bicho, como se seus instintos mais primitivos tivessem controle, e no caso, isso não é bom. Assim, ela passa de mão em mão, de boca em boca, e de notícia a notícia ela vai perdendo a vida, vai perdendo os impulsos, vai se tornando um objeto de exemplo, onde pensar é muito perigoso. Expo-la em praça pública talvez seja um bom negócio.Se olharmos hoje em dia, não veremos mais uma pessoa, veremos apenas um instrumento da mídia de controle popular, com seus direitos confiscados, e que não paga apenas pelo seu erro, mas paga por Ter resolvido ir além e questionar o inquestionável, mudar o imutável, enquanto eu aqui, a muito custo, tento justificar o injustificável.
Se não consigo, deixo assim, talvez seja mesmo melhor deixar incompleto.

sábado, 25 de agosto de 2007

Amar emburrece

Como todos sabem, homens não são muito providos de inteligência natural. Apaixonados, então, tornam-se mais abobados ainda.
Quando Alexandre viu Cecília pela primeira vez, seus olhos foram imediatamente fisgados.
Nada como um belo par de pernas, cabelo chanel, mamilos querendo rasgar uma blusa justa e um sorriso sugestivo para ruir toda a racionalidade de um homem.
Quando Alexandre encontrou Cecília pela primeira vez na pista de dança daquele barzinho, ele poderia jurar que todas as bocas se calaram, todas as estrelas se apagaram, o mundo todo caminhou na ponta dos pés e todas as rádios interromperam suas programações só para tocar The Killing Moon.
Mas enfim, amar é decretar uma chacina de neurônios.
Na condição de melhor amigo da vítima, fui testemunha privilegiada do processo de derrocada de Alexandre. Lembro-me muito bem de seu discurso derramadamente sentimental funcionando a todo vapor, comentando TODAS as suas afinidades com Cecília.
Disse que ela lia Borges, Poe e Leminski; que seu jogo preferido do Atari era H.E.R.O.; que tinha a coleção completa de Sandman; que gostava de comer pão com manteiga e geléia de uva; que quando criança sonhara em ser chacrete, arquiteta e pintora antes de se tornar advogada; que gostava de yakult, Edward Munch e física quântica; que desistira de ler Ulisses porque cansava demais ficar carregando aquele calhamaço todo no ônibus; que seus ídolos eram Gaudi, Carl Barks e Clarice Lispector;
que o que mais lhe doía na vida era a sensação de desamparo e vazio no peito toda vez que um amor acabava, e principalmente a sensação de pensar, "mas acabou de novo?"; que cantarolava Arnaldo Baptista enquanto tomava banho ("hoje percebi que venho me apegando às coisas materiais"); e que ao ouvi-la cantando justamente AQUELA música seu coração se encheu de ternura e seus olhos ficaram úmidos.
E aí constatei, porra, o cara tinha caído direitinho na arapuca.
E depois de tudo isso, pra culminar, ele me diz: "putz Leonel, como é que NUNCA nos encontramos antes?".
E aí fiquei pensando, quantas vezes já ouvi na vida variações em cima desta mesma frase? "I look at you and what I see is me", cantava o Pink Floyd, se é que minha memória pop não está enganada. Todos que se apaixonaram pelo menos uma vez na vida já passaram por essa fase de deslumbramento e assombro.
Pena que quase sempre ela passa. E mal sabia meu amigo que, a partir do momento em que seus olhos se umedeceram de ternura, começava ali sua derrocada na cadeia evolutiva, e que aquele rapaz promissor, um jovem jornalista recém-formado, em apenas duas semanas se veria transformado em um Neanderthal apaixonadão e completamente aparvalhado, capaz de brincar de mal-me-quer com um Haagen Dazs de cheesecake enfiado no meio da testa, com o sorriso mais alegre e estúpido do mundo estampado em um rosto subitamente repleto de espinhas. Amar não é para amadores.
Quando a gente se esquece do tempo, é aí que ele passa mais depressa.
Em questão de semanas Alexandre e Cecília percorreram todos os passos da via crucis da paixão. E de repente, tudo o que encantava tornou-se motivo de escárnio e ironias corrosivas. Citações de filmes tornaram-se "manifestações pretensamente intelectuais de erudição frustrada". Se antes os olhos brilhavam de paixão, agora faiscavam de rancor, sarcasmo, raiva. "Mas acabou de novo?".
Alexandre passou exatas duas semanas curtindo sua ressaca pós-amorosa em grande estilo. Estatelado em sua cama, olhando o teto branco de seu quarto na penumbra e ouvindo álbuns de Zezé di Camargo & Luciano, e o que é pior, identificando-se terrivelmente com TODAS as letras dos caras, e cantando em altos brados: "O tempo todo, o dia inteiro/ Sinto o seu corpo, sinto o seu cheiro/ E a minha vida é só pensar em você...".
Fatos que corroboraram, definitivamente, a minha tese: amar emburrece.
Hoje, três meses depois, Alexandre não pára de falar na Gisele, que tem 25 anos, 271 CDs e "o sorriso mais cool do mundo", segundo suas próprias palavras. Por mais que ele quebre a cara, não aprende as lições.
Discutindo sobre a imbecilidade da paixão, Alexandre disse que preferia ser o rei dos débeis mentais a insistir na "medíocre e conformada estupidez de um cético blasé neo-liberal", obviamente referindo-se a mim, tsc, tsc.
Ah, a verborragia dos apaixonados.
Observando essas cenas, pergunto-me: será que um dia chegarei a tal estado de torpência mental? Espero eu que não.
É preciso estar sempre alerta para os riscos da paixão: olho para os dois lados antes de atravessar a rua, atento a movimentos de estranhas, essas coisas.
Mas já deixei minha família de sobreaviso. Se um dia eu for pego pela armadilha do amor, quero que os aparelhos sejam desligados.
Não desejo sofrimentos desnecessários.

Amor em prosa moderna

Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção.
Aonde está você agoraAlém de aqui, dentro de mim?"
Vento no Litoral – Renato Russo

Ele gostou dela desde que passou a gostar.
Ela gostou dele desde quando passou a ser gostada. Assim, foram se gostando como se gosta quando criança: correndo juntos no parque, escrevendo nomes ainda tortos em árvores, contando segredos aos amigos mais velhos e ao vendedor de pipoca, ajudando nas provas bimestrais, dando cola quando necessário, ficando junto sempre que possível. E desse modo, ele foi gostando e sendo gostado por toda a infância e pré-adolescencia.O tempo que passa fez ele repetir de ano e mudar de colégio. O tempo que passa fez os telefonemas rarearem. O tempo que passa fez os encontros extinguirem-se. O tempo que passa fez as árvores com nomes serem cortadas e virarem mesas de bilhar. O tempo que passa fez ela mudar de cidade e não deixar contato. O tempo que passa fez ela deixar de gostar dele. O tempo que passa fez ele também esquecer dela.Ficaram as referências. Ele para sempre teve como referência de mulher bonita todas as baixinhas branquelas de cabelos pretos e com algumas sardas, se possível. Tímidas, silenciosas, sarcásticas, de uma sabedoria calma. Mulheres que rissem, muito, mas nunca escandalosamente.Pouco mais velho, chegando no Ensino Médio, ele gosta sem ser gostado de uma roqueira inteligente, rebelde, engraçada, tímida, maluca, quase sem rumo na vida, ou um rumo ainda desses que a gente se perde. Uma menina sem regras e com muito sono. Uma menina fraca e frágil. Ele gosta até o limite de poder gostar sem gostado e a mulher que nunca ia lhe amar era insistentemente seduzida.O tempo que passa fez ela sair da vida dele. O tempo que passa fez ela voltar. O tempo que passa fez ele fugir dela. O tempo que passa fez ela mandar cartas ignoradas. O tempo que passa fez ele aprender a viver só. O tempo que passa fez ela desistir e encontrar alguém. O tempo que passa fez ele esquecer dela e depois lembrar. O tempo que passa fez ele voltar. O tempo que passa fez ela perdoar. O tempo que passa fez ela desistir de tudo isso. O tempo que passa fez ela fugir dele. O tempo que passa fez ele obrigar-se a esquecer.Ficaram as referências. Ele passou, então, além de gostar das baixinhas branquelas tímidas, silenciosas e sarcásticas com cabelos pretos e com algumas sardas, também gostar das roqueiras inteligentes, rebeldes, engraçadas, tímidas, malucas, sem regras e com muito sono.O tempo que ainda estar por vir há de passar, há de marcar, há de ficar, há de doer e há de passar. O que fica são as referências, as saudades, as memórias e as lembranças. O que dói são as feridas, as derrotas, as tentativas e os prazeres. E para frente é viver e somar referências, até que um dia, sem Ter mais para onde se procurar, resolva-se a amar e ser amado. Só.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A noite

Ah, a noite... sempre gostei da noite, das luzes artificiais, do brilho das estrelas, da luz da lua... as ruas menos movimentadas, os pontos iluminados ao longo das ruas da cidade, uma temperatura mais amena, tudo ajuda a criar uma atmosfera de paz, longe do movimento incessante e da correria debaixo da abundante luz solar.
Uma vez me deparei com uma proposta de emprego quase irresistível, de 18h à meia-noite, com uma carga de trabalho variando do tédio ao estresse total (era uma vaga pra administrador de rede, se não me engano), mas que não pude me candidatar pelo fato de já estar estudando num horário apertado... de qualquer forma, esse seria o horário ideal para eu trabalhar: começando no final da tarde e saindo quando a noite estivesse no seu ponto máximo. Quem sabe um dia encontre outro emprego desses, ou então quem sabe quando eu tiver minha própria empresa...Além de qualquer outra coisa, a noite sempre exerceu sobre mim um certo fascínio. Costumava ficar horas olhando para as estrelas, numa época que houve racionamento de energia aqui na cidade, às vezes o luar era forte a ponto de não ser necessário velas, era uma luz diferente, ao mesmo tempo tênue e viva, diferente da luz do sol: sem calor, sem ofuscar a vista, apenas luz, na sua mais pura essência. Algumas vezes eu fico aqui no meu quarto observando a lua pela janela, fico apenas deitado, olhando os desenhos que a luz forma passando pelas folhas da árvore do quintal e pela grade da janela, e me desligo um pouco do mundo.

E me sinto em paz por alguns minutos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

começo

Uma nova teoria começa a ser formulada.
Ao vivo,
a cores,
em bits
e ondas eletromagnéticas
viajando pelos fios.